Encontramos,
como participantes do diálogo que ocorre durante o comercial, três sujeitos: o
ator brasileiro Lázaro Ramos, um vendedor de banca de praia e um homem
argentino. Todos estão na banca do vendedor.
O diálogo começa
quando o vendedor cumprimenta Lázaro (E aí, Lázaro?), este responde
de maneira que nos permite perceber certa proximidade, intimidade e
fraternidade que há entre os brasileiros (Ô
meu irmão,
e aí?! Beleza?!). Logo, o vendedor comenta o fato de suas sandálias serem
iguais ao do conhecido ator. Nota-se, porém, que não é dita a palavra chinelo,
tampouco a palavra sandália (Sua Havaianas é igual a minha), mas sim, Havaianas, o que faz do
nome da marca um sinônimo para o nome do produto.
Lázaro responde
que, ainda que os dois tenham sandálias iguais, o vendedor é mais feliz, já que
pode, tendo a praia como local de trabalho, trabalhar todos os dias usando as
sandálias. O vendedor responde exclamando: “Ah isso aqui é que é escritório
né?”. Partindo dessas falas,
vemos a idéia de que o uso, que proporciona conforto, das típicas sandálias
brasileiras e a beleza e agradabilidade de uma típica praia brasileira são
fatores que elevam a felicidade de um sujeito. Há uma forte comparação do ser brasileiro e do usar/ter sandálias Havaianas.
Os dois sujeitos
brasileiros, após analisarem a beleza e vantagens do Brasil, do ser brasileiro
e do ter sandálias Havaianas, comentam que apesar de tudo, há problemas e
dificuldades no Brasil. Entra, então, o sujeito argentino, que, em espanhol,
fala que também se mostra inconformado com os tantos problemas que há no
Brasil. Ainda que não se havia apresentado como cidadão argentino, a rivalidade que há entre Brasil e Argentina
(explorada pelo comercial) e principalmente o uso da língua espanhola revelam a
nacionalidade deste terceiro sujeito. Apesar de Lázaro e do vendedor admitirem
os problemas brasileiros, não admitem que tais problemas sejam reconhecidos por
aquele que não seja do Brasil, negando, logo, as existências dos problemas e
das dificuldades. Encontramos aí um nacionalismo e a idéia de que alguém de
fora não teria permissão e qualificação para criticar o Brasil.
É grande,
portanto, no comercial, a relação do uso de Havaianas e do patriotismo
brasileiro. Havendo uma ligação entre ambos. Isso é claramente evidenciado e
concluído na ultima fala, do narrador do comercial: “Havaianas,
o orgulho do Brasil.”.
A palavra Havaianas toma o lugar
da palavra patriotismo (que tem como
definição amor/orgulho da pátria). Igualando essas duas palavras.
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