A Itália é o berço de grandes nomes da música, embora nem todos são
(re)conhecidos a nível mundial. Gianni Morandi, Luciano Pavarotti, Gianna
Nannini, Mina, Ivano Fossati, Massimo Ranieri, mais recentemente, Tiziano
Ferro, Laura Pausini, Eros Ramazotti, Andrea Bocelli estão entre os mais
destacados. Poucos, porém ganharam fama fora da Itália. Nas duas últimas
décadas, se destacaram por mérito Pausini, Pavarotti e Bocelli.
Surgindo no cenário
da música em 1993, quando ganhou a 43º edição do mais importante concurso
musical da Europa, o Festival de Sanremo, Laura Pausini se tornou ícone da
música italiana, sendo, nos países de línguas latinas (Brasil incluído), a
maior representante da música de sua terra. Foi a primeira mulher italiana a
ganhar um prêmio Grammy, bem como a primeira a cantar no Estádio San Siro
(estádio de futebol italiano que tem uma
importância equivalente ao Macaranã para nós, brasileiros). Por tantas
conquistas, é reverenciada por grandes nomes locais da música italiana.
Seu décimo primeiro
disco, chamado Inedito em sua versão italiana e Inédito em sua versão em língua
espanhola, foi lançado no dia 11 de novembro de 2011. Tem tal nome devido, não
às canções, que são, sim, inéditas, mas à maneira como foram escritas. Antes,
acostumada a escrever canções em aviões, aeroportos e hotéis, por suas tantas
apresentações pelo mundo e ainda sob pressão da gravadora devido ao prazo de
entrega das músicas, Laura, em Inedito, compôs tranquilamente na privacidade da
sua casa, aproveitando a pausa de dois anos que fez em sua carreira. Fazendo
sucesso desde que tinha 18 anos, Pausini, no final de 2009, decidiu que queria
conhecer "a vida normal", longe dos holofotes e dos microfones: "Muitas
mulheres sabem cozinhar, passar roupa, costurar... Isso tudo eu aprendi. Fiz
compras no supermercado, descobri quanto custa um litro de leite e verduras. E
também fui ao banco pagar impostos. Eu fiquei muito feliz de fazer dois anos de
pausa, mas não gosto da vida normal. Prefiro uma vida mais frenética, de
cantora mesmo".
As músicas
melancólicas estão diretamente relacionadas ao nome Laura Pausini. Em inédito,
porém, Laura esqueceu de vez Marco e deixou seus amores estranhos de lado para
falar de otimismo, esperança, alegria e força.
O primeiro single
do álbum já nos dá as boas vindas: Benvenuto. Segundo a cantora,
devem-se dar as boas vindas às pessoas verdadeiras que existem. E essa canção
também nos atrai para o novo álbum. É a mais empolgante e animada. Já a música
que dá título ao CD, Inedito, é a que mais se aproxima da batida rock, e
conta com a participação da grande rockeira italiana Gianna Nannini. Troppo
Tempo leva para frente quem espera há muito por um amor que não voltou
mais, sem deixar de lado a esperança e o desejo, participa Ivano Fossati. Para
cantar com Laura sobre a confiança que depositamos nas pessoas, ninguém mais
adequado do que a pessoa em quem Pausini mais confia: sua irmã, Silvia, que
demonstrou ter um tom de voz extremamente parecido com o da irmã famosa, quase
nos confundindo, já que sem atenção não é possível perceber que parte da canção
Nel primo sguardo cada uma canta. A última canção do disco, a de número
catorze,confirma a posição: Ti dico ciao, uma homenagem a um amigo
falecido da cantora.
Laura Pausini
anunciava este CD, antes de seu lançamento, como algo verdadeiramente inédito,
como algo jamais visto antes em sua carreira. Acredito que houve um excesso de
propaganda de sua parte. Após o lançamento, foi confirmado que, apesar de fugir
da melancolia e da homenagem aos cantores/compositores italianos (como o fez em
seu álbum Io Canto), seu estilo não variou tanto quanto era esperado.
Trata-se de um disco a mais em sua carreira, que dá continuação a sua música de
qualidade que ajuda a levar a Italia às outras terras.
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