sábado, 8 de novembro de 2014

Análise de Comerciais de Televisão - Análise do Discurso



Introdução

            Este trabalho apresenta uma análise de conteúdos publicitários divulgados na forma de comercial televisivo. Os corpora selecionados foram comerciais de televisão feitos para a promoção da marca "Carrefour Discount", marca própria de produtos da rede de supermercados e hipermercados Carrefour España divulgados em emissoras de televisão espanholas no primeiro semestre de 2010; comerciais do Grupo Carrefour en España propriamente dito; comerciais de televisão dos Biscoitos Ninfa, Margarina Delícia, Linguiça Sadia, Óleo Salada, produtos lácteos Piracanjuba e convênios médicos Unimed Campinas divulgados em emissoras de televisão brasileiras a nível nacional ou regional (no presente trabalho, tais comerciais, com exceção dos comerciais "Carrefour Discont", serão denominados "comerciais do grupo 2").
            O objetivo do trabalho é analisar os elementos que a publicidade utiliza para divulgação de produtos através do gênero comercial para televisão, como se dá sua interpretação, bem como quais os sentidos produzidos neste meio. Campanhas publicitárias que fazem referência a um viver feliz, sorridente e com a família unida ou qualidades de produtos que superam os produtos de marcas concorrentes sustentam as construções discursivas que podem ser encontradas em diversos anúncios televisivos. Por outro lado há comerciais que farão crítica a esse método utilizado pela publicidade e serão foco desta análise. A análise será desenvolvida e aprofundada através dos conceitos da Análise de Discurso.

A Análise de Discurso

            Os princípios e conceitos foram feitos com base na obra "Análise de Discurso - Princípios e procedimentos" - 5ª edição. Editora Pontes - de Eni P. Orlandi.

            A Análise de Discurso como uma disciplina independente surgiu nos anos 60 (séc XX), na França. Surge do questionamento do Estruturalismo, que era julgado como "esgotado". A Análise de Discurso (AD) propõe a relação da linguagem com a exterioridade, sobretudo o contexto histórico-social ideológico. Sua principal pergunta é "Como o texto (em sua discursividade) significa/produz sentidos?". Antes dos anos 60, porém, o estudo da língua funcionando para produção de sentidos e a análise de textos já ocorreram por estudiosos como Brèal, formalistas russos, Z. Harris, Halliday, etc.
            Não apenas a Línguística é questionada pela AD (usando-se da historicidade, que é apagada pela Linguística), mas também,  são colocadas questões para as Ciências Sociais (usando-se da questão da transparência da linguagem).
            A criação da AD vem da relação de três domínios: Marxismo (por sua definição de não transparência da história), Psicanálise (não transparência do sujeito) e Linguística (não transparência da linguagem). É produzido, assim, um novo recorte dessas disciplinas, e assim, um novo objeto: o discurso. Pois, AD não trabalha com a língua, nem com a gramática, mas com o discurso.
            Discurso por sua vez, é o objeto sócio-histórico, onde o línguístico intervém como pressuposto, e se consideram história e sociedade, já que elas significam. Discurso não lida apenas com transmissão de informação, e não se confunde com fala nem com língua. Trata-se, então, de efeito de sentido entre locutores, onde há processo de constituição e identificação de sujeito e produção de sentidos.
            A linguagem é concebida pela AD como mediação entre homem e realidade social, sendo a língua "opaca" (no mundo). Por mundo, entende-se onde são produzidos sentidos, onde homens (sejam sujeitos ou membros de uma sociedade) falam.
            Nos conceitos da AD, os processos/condições de produção da linguagem são considerados pela relação língua x sujeitos que a falam e pela relação língua x situação em que produz o dizer. Vê-se, então, que linguagem é relacionada à sua exterioridade.
            Ao ser produzido, o dizer traz consigo sentidos, tais sentidos só aparecem porque a linguagem é inserida na história. Não obstante, sentido não é absoluto, e não estão somente nas palavras, nos textos, mas sim, na relação com a exterioridade, nas condições de produção. Os dizeres são efeitos de sentido, produzidos em condições determinadas.
            Condições de produção abrangem sujeitos e situação, bem como a memória. Referem-se ao contexto imediato e ao contexto sócio-histórico, ideológico. A memória discursiva, vista como interdiscurso é o saber discursivo que permite todo dizer e que retorna sob a forma do pré-construído/ o já-dito. Logo, os sentidos já ditos por alguém, em outros tempos, em outros lugares, têm efeitos no que se diz, ou melhor, o interdiscurso (o dizer já dito) determina o que dizemos e se relaciona ao intradiscurso (o que se está dizendo em um dado momento, em uma dada condição). A prática discursiva leva em conta não só o que já foi dito, mas também COMO foi dito, bem como o não-dito naquilo que é dito.
            Assim, todo dizer se encontra na confluência da memória (constituição) e da atualidade (formulação), é daí que surgem os sentidos. Memória institucionalizada é arquivo, memória constitutiva, interdiscurso/efeitos de memória.
            A composição de um texto considera também a historicidade, que compreende o saber discursivo que foi se constituindo ao longo da história e foi produzindo os dizeres. A historicidade determina por que foi usado ESTE e não OUTRO enunciado (escolha feita pela ideologia) - OBS: Historicidade não se confunde com história, esta se refere ao que se dá no mundo; aquela, a questões do discurso.
            Naquilo que já foi dito, porém, encontra-se uma memória afetada pelo esquecimento. Tal esquecimento pode ser da ordem enunciativa (ilusão que nos faz crer que há uma relação direta entre "palavra" e "coisa", ou seja, relação termo-a-termo entre linguagem e mundo) ou da ordem ideológica (ilusão de sermos a origem do que dizemos, quando na verdade só ocorre retomada de sentidos pré-existentes, não tendo as palavras os significados que NÓS queremos. Costuma-se dizer que o Adão mítico foi o primeiro homem a produzir a primeiras palavras, estas significavam o que ele queria). Ao esquecer o que já foi dito, o sujeito se identifica com aquilo que diz e se constitui em sujeito.
            No que é dito há algo que se mantém, o dizível, a memória. O conceito de paráfrase trata do que, no dizer, se relaciona ao estável, à produtividade. Se há o estável no dizer, há o previsível e a manutenção (pois se retorna do interdiscurso). O que não se mantém, abrangido pela polissemia, sofre rupturas e deslocamentos, criando criatividade/diferença. O discurso se faz entre o mesmo (o mantido) e o diferente (o deslocado).
            Entre o mesmo e o diferente e, também, entre outros discursos, pois não há discurso que não se relacione com outros, ele aponta para discursos passados e para discursos que ainda virão. Por essa relação de sentidos, discurso não tem começo nem fim, não é algo fechado.
            Encontra-se ainda no discurso a chamada antecipação, que é o poder do sujeito de se colocar no lugar de seu interlocutor, antecipando os sentidos das palavras.
            O discurso se submete ainda a uma relação de forças, que leva em conta que o lugar de onde fala o sujeito é constitutivo do que ele diz. Logo, as palavras têm significados diferentes se faladas do lugar de professor, de aluno, de padre, de patrão, de operário, etc. Os lugares se organizam hierarquicamente, tendo uns mais forças que outros.
            Relação de sentidos entre discursos, noção de antecipação e relação de forças são formações imaginárias. Não é o sujeito físico que funciona no discurso, mas, sim sua imagem vinda de projeções, tais projeções fazem passar do empírico para as posições dos sujeitos nos discursos, estas posições significam em relação ao contexto sócio-histórico e à memória (o saber discursivo, o já-dito). Elas, as imagens, se constituem no confronto do simbólico e do político.
            Portanto, as condições de produção implicam o material, o institucional e também o imaginário. É o mecanismo imaginário que produz imagens dos sujeitos (locutor/interlocutor) e dos objetos do discurso. Além disso, as imagens são responsáveis por constituir as diferentes posições, condicionando os sujeitos em suas discursividades. Mas para se determinar o sentido, há que ver as condições de produção, memória e remetê-lo a uma Formação Discursiva.
            O sentido não existe em si, é determinado pelas posições ideológicas usadas quando da produção das palavras, estas mudam de sentido de acordo com a posição de quem as emprega. Trata-se de uma questão chamada Formação Discursiva.      
            A Formação Discursiva (FD) permite compreender o processo de produção dos sentidos, a sua relação com a ideologia e dá regularidades no funcionamento do discurso. Em suma, Formação Discursiva determina o que pode e deve ser dito. O dito pelo sujeito se inscreve em uma FD e não em outra, porque tem aquele sentido e não outro. A FD dentro do discurso representa Formação Ideológica. Assim, não há sentido que não seja determinado ideologicamente, há um traço ideológico ligado a outros. Lembrando que discursos se relacionam a outros discursos, bem como palavras se relacionam a outras palavras. O significado de uma mesma palavra pode mudar se se muda a FD. A Formação Discursiva não é, porém, um bloco homogêneo, pois há contradições e heterogeneidade; elas se configuram em si e se reconfiguram continuamente.
            Com isso, surge o papel da metáfora: a tomada de uma palavra por outra. Afinal, palavras não tem um sentido próprio/único, ocorre transferência de sentido.
            O analista de discurso deve remeter o dizer a uma FD (e não a outra) para compreender o sentido do que ali está dito.
            Contudo, um discurso sustentado por uma Formação Discursiva pode ser atravessado por outras Formações Discursivas, dadas, respectivamente, por um sujeito e por um anti-sujeito.
            Não há sentido sem interpretação: há presença de ideologia. O homem é levado a interpretar diante de um objeto simbólico, logo surge o sentido de modo implícito, como se lá já estivesse (apaga-se então a interpretação). A ideologia, porém, produz evidências, colocando o homem na relação imaginária com suas condições materiais de existência. É condição fundamental para a constituição do sujeito e dos sentidos, pois a ideologia interpela o indivíduo em sujeito, através de um "tecido de evidências subjetivas". Não há discurso sem sujeito e não há sujeito sem ideologia, que está ligada ao inconsciente do sujeito. A ideologia não é vista como visão de mundo, sua intervenção, contudo, torna possível uma relação termo-a-termo entre linguagem, mundo e pensamento.
            Para que haja sentido, é preciso algo a mais, é preciso que a língua se inscreva na história. Essa inscrição dos efeitos linguísticos materiais na história é chama discursividade.
            A Análise do discurso afirma, então, que língua, história e ideologia concorrem conjuntamente.
           
            A Análise - Comerciais de televisão

            O discurso publicitário encontrado em comerciais para televisão reapresenta estereótipos já conhecidos do público pressuposto. "Viva melhor com produto X" ou "Os grandes chefes recomendam o azeite da marca Y" são algumas das estratégias para promover produtos, utilizando-se de um discurso persuasivo, que demonstra possíveis qualidades, sentimentos e estilos de vida positivos que o produto promovido tende a proporcionar ao seu consumidor.
            Isso é apresentado nos comerciais do grupo 2. Neles, são explicitadas qualidades positivas que remetem ao consumo do produto promovido. Vida com amigos, vida a dois, sabores que a vida tem, estilos de vida com mais qualidade. Em todos, tais qualidades positivas se relacionam diretamente com a vida / o viver.
            As qualidades de vida vão ser dependentes dos desejos e das necessidades que o sujeito consumidor (ou, por se tratar de publicidade, sujeito consumidor alvo) tem, ou é condicionado a ter, dentro de confins estabelecidos culturalmente e socialmente, sempre sob a influência de condições socioeconômicas do grupo a que pertence. As campanhas em questão (grupo 2) utilizam-se então da relação (direta) que imaginariamente a aquisição de um produto tem com fatores da ordem da realização pessoal, da felicidade, do amor, do bem-estar, da inserção social, etc.
            Cria-se assim, uma formação discursiva onde a publicidade cria a realidade, ou melhor dizendo, a publicidade valoriza a realidade (em boa/correta e ruim/errada). Onde "viver bem" (o viver corretamente) significa viver com amigos, viver em família, sempre sorrindo, etc. A publicidade impõe assim, no momento em que ele chega ao seu enunciatário (sujeito consumidor), uma ideologia. Há imposição porque o meio publicitário não obtém resposta do sujeito consumidor, a quem a publicidade é dirigida. Ou seja, há um silenciamento da vida solitária, sem amigos ou família, sem sorrisos, abraços, beijos, etc; a realidade indesejada passa a ser mascarada.
             A publicidade utilizará, então, de uma ideologia: a do convencimento de seu público (a que compre a mercadoria) através de uma realidade dita como a "ideal". Tal ideologia, quando funciona (de acordo com os interesses dos publicitários/comerciantes), cria um agir inconsciente no sujeito consumidor, e este passa a agir como lhe determinam, ainda que haja a ilusão de um agir consciente, ou seja, o sujeito consumidor, iludido, crê que faz as escolhas "por vontade própria".
            O produto anunciado, portanto, é a mediação entre o sujeito consumidor e o "viver corretamente/bem". Onde produto "X" é um caminho fácil e curto para a felicidade, para a vida com qualidade, para se ter amigos, etc. Praticamente um milagre de transformação da vida só pelo consumo do produto. O sujeito consumidor associa o produto ao comercial (com todas suas cenas belas). O produto então será algo duplo: produto e o que ele (imaginariamente) proporciona.
            Surge, assim, uma significação que o produto traz. Por exemplo, a Margarina X não é apenas a margarina, ela traz consigo um significado e aplica esse significado ao seu consumidor. O consumidor dessa margarina é feliz, vive em bem-estar por que a consome.
            O resultado que o produto promove é representado pelos personagens (vividos por atores) no comercial. Os atores tomam e representam o lugar dos sujeitos consumidores, como se os fossem.
            Além da imposição ideológica (aquela que diz que vivem bem e corretamente é assim e não de outro modo), há uma imposição sobre o sujeito consumidor na escolha da marca do produto. O anunciante do produto de marca "Y" vai impor que apenas "Y" proporciona tudo aquilo que se mostra o comercial.
            Tanto a escolha da marca e a aquisição do produto fazem parte de um interdiscurso e de uma memórias discursiva, pois "compre nosso produto e seja feliz" já fora enunciado muito antes de o comercial chegar ao consumidor.
            Contrastando com os comerciais do grupo 2, os comerciais divulgados pelo Grupo Carrefour en España que são aqui abordados se dividem em duas categorias:

            1- Os que mostram que os produtos Carrefour Discount são aquilo que você quer, sem que tragam consigo sorrisos, bem-estar, felicidade, etc.

 





            2 - Os que mostram que o sujeito consumidor é livre para escolher a marca que prefere.





 


            Analisemos aqui um excerto de falas ocorridas durante um dos comerciais da primeira categoria:

"Compradora: Esses biscoitos me fazem levantar radiante pela manhã, pular na cama, correr com meu cachorro que nem tenho e tomar café da manhã todos os dias com minha família de bom humor e sem remelas nos olhos? E só pelo fato de  comê-los seria uma mulher de sucesso, muito atarefada, mas sempre formosa?
Vendedor: Não sei... Isto são apenas biscoitos, biscoitos para comer no café da manhã.
Compradora: Genial! É o que eu queria!
Locução: Se o que você quer são biscoitos, agora você tem o pacote de biscoitos Carrefour Discount por € 0,55. “O preço mais baixo, com a garantia Carrefour.”
            É perceptível que não se vincula (diretamente) o produto biscoitos da marca Carrefour Discount a uma vida mais feliz. O que são biscoitos, são apenas biscoitos sem ligações com expectativas e "sonhos de vidas felizes". O mesmo ocorre com os demais comerciais desta categoria (1), como o azeite Carrefour Discount que não é recomendado por nenhum cozinheiro famoso e os espaguetes que não transformam a cozinha de quem o consome em uma típica cozinha italiana.
            No que se refere aos comerciais da catergoria 2, há, em todos, um slogan dito por locução:

"Locução:  Seja por qual razão for, todos nós temos uma marca que amamos. Não somos ninguém para escolhê-la por você. Carrefour: te faz bem."

            É afirmado ai que o Carrefour España não impõe uma marca ao consumidor. Este, é livre para escolhê-la. Cria-se, assim, um efeito de superiorização do sujeito consumidor ao ser enunciado "Não somos ninguém para escolher a marca por você". Ou seja, esse comercial não decide pelo consumidor, digamos que o comercial não impõe uma ideologia que interpele o indivíduo em sujeito consumidor da marca X, mas sim, sujeito consumidor da marca de sua preferência. Há essa ideologia.
            Ainda que não haja vínculos entre felicidade, vida saudável (etc) e produto e, ainda que não seja imposta ao consumidor uma marca específica, ocorre uma retomada de um pré-construído, ou seja, demais anúncios publicitários já afirmaram (já disseram) sobre relação entre produto e vida (associada a qualidades positivas), já disseram que o consumidor deve comprar a marca anunciada (e não outra / concorrente). Os comerciais do Carrefour España retomam o que já disseram anúncios anteriores (de um tipo mais frequente: os comerciais do grupo 2) para afirmarem, então, não uma presença de uma "realidade fantástica / "perfeita" / de um "viver corretamente" imposto pela publicidade, mas de uma "realidade real" / "comum" / de um viver como se vive.
            Faz-se uso da estratégia alheia, retomam-se as formações discursivas base de outros anúncios, criam-se novas formações discursivas. Surge uma ideologia que resgata a consciência do sujeito consumidor (antes influenciado inconscientemente pela publicidade), como se dissesse: "Atenção! A concorrência os ilude, nós não". Procura-se evidenciar que é um anúncio que não mente e não ilude o sujeito consumidor. Revela-se que quem mente são os outros (anunciantes).
            Outro efeito que surge é a relação gasto de publicidade e preço. Há um reforço (não verdadeiro) da ideia "nossos produtos são mais baratos porque não gastamos com 'historinhas' para convencer o consumidor a consumir nossos produtos". É um dos efeitos que existem, mas não é verdadeiro pelo fato de, como qualquer campanha publicitária, haver gastos financeiros para a promoção dos produtos.
            Contrários aos que anunciam produto e felicidade, aos que impõem sua marca, os anúncios Carrefour Discount / Carrefour España mantém a ideologia consumista e a ideologia capitalista: há influência nos desejos, necessidades e satisfações dos consumidores, fazendo-se um convite ao público a consumir o produto anunciado, oferecendo-lhe realizações e felicidade quando do consumo do produto, dando também a ilusão de um progresso pessoal e social (às vezes até profissional). Consumidores acabam realizando os desejos dos anunciantes (o consumo de seus produtos), ao passo que pensam realizar os próprios desejos. Assim, a ideologia do capitalismo marca presença. A promoção gera aumento de vendas, por conseguinte, economia e consumo são movimentados. A publicidade (tanto de campanhas como do grupo 2, quanto as do Carrefour) estimula o lucro e funciona de acordo com interesses mercadológicos.

Conclusões
            A publicidade tende a se utilizar da representação de uma vida cotidiana adaptada a um discurso próprio, onde satisfações e realizações são conseqüências do consumo do produto promovido. Cria-se uma "vida perfeita" sempre associada às marcas/mercadorias e suas aquisições. Tal estratégia pode ser usada, ainda dentro da publicidade, para se criar uma outra estratégia de marketing, onde não se associa "vida perfeita" às aquisições, mas se afirma que se vende o que o consumidor precisa, a bom preço, sem impor nenhuma marca e sem ilusões e mentiras em relação a que o produto adquirido possa vir a proporcionar. É mantida, porém, a intenção do aumento de vendas e do lucro. Não se abandona, pois, as ideologias capitalista e consumista.

Bibliografia

BRANDÃO, Helena. Introdução à Análise do Discurso. 6ª edição. Campinas: Editora da Unicamp. 1997

GARCIA, Nélson. Propaganda: Ideologia e Manipulação. Versão eBook. Disponível em <http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/manipulacao.html> Acessado em Nov/2011

ORLANDI, Eni. Análise de Discurso - Princípios e procedimentos. 5ª edição. Campinas: Pontes. 2003

ORLANDI, Eni. Discurso e Texto - Formulação e Circulação dos Sentidos. 2ª edição. Campinas: Pontes. 2005


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