sábado, 8 de novembro de 2014

Breves definições de Subjetividade



                 Para Benveniste (em “Problemas de Linguística Geral”) a subjetividade é “a capacidade do lucutor para se propor como ‘sujeito’”, e é determinado pelo status linguístico da “pessoa”. Para o autor, é necessário, para se ter consciência de si mesmo, a percepção do “tu”, ou seja, para que um sujeito se auto-denomine “eu” ele precisa estar contrastado a uma alocução (tu), formando uma situação de interlocução (lembrando que “ele”, para Benveniste, é visto como uma não-pessoa, por não fazer parte desta relação de interlocução). O “eu” é o meio por qual o locutor irá se apresentar como sujeito. Esse pronome pessoal utilizado, porém, não se refere a um indivíduo em particular, tampouco a todos os indivíduos que o utilizam para se autodenominarem, sua função é se referir “ao ato do discurso individual no qual é pronunciado, e lhe designa o locutor”. Tendo o sujeito como uma referência, ao seu redor, há relações de espaço e tempo, que são apontadas por dêiticos (aqui, agora, ontem, lá, então, etc). Através de tais formas linguísticas (de pessoa, tempo e espaço) é expressa a subjetividade.

            Outra definição de subjetividade extraídado dicionário online “Dicionário Informal”segue abaixo:


Subjetividade é o que se passa no intimo do individuo. É como ele vê, sente, pensa à respeito sobre algo e que não segue um padrão, pois sofre influências da cultura, educação, religião e experiências adquiridas.
- Subjetividade é quando expressamos nosso ponto de vista pessoal, de acordo com as influências acima descritas
é por esta razão que dizemos que a opinião de cada um é muito pessoal ou seja: subjetiva:
*Eu amo o Corinthians! Adoro jiló!
* Gosto é subjetivo.
* Opinião é subjetiva
* Sentimento é subjetivo

(http://www.dicionarioinformal.com.br/subjetividade/ - último acesso em 08/04/2013)

            Da definição acima poderia se considerar a subjetividade como um “reflexo” do “ego”, ou seja, o que se sente por ser quem se é, o íntimo de si mesmo. De acordo com o conceito de Émile Benveniste, a subjetividade ultrapassa expreriências vividas e assegura a permanência da consciência. No que se refere à função de expressar o ponto de vista (pessoal), ambas as definições entram em acordo (cada uma à sua maneira). Por um lado, Benveniste exemplifica através de certos verbos (usados em primeira pessoa) a indicação da subjetividade na língua (por exemplo: “eu suponho que ele venha”, onde há a subjetividade no verbo “supor”). O “Dicionário Informal”, sem se ater ao detalhe do uso do verbo em primeira pessoa (que podería ser “achar”, “jurar”, “prometer”, entre outros) indica a presença da subjetividade quando o sujeito expressa uma opinião pessoal, quase como se fosse uma opinião ou ponto de vista intrínseco do falante, independentemente de seu “papel” de pessoa no discurso.

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