sábado, 8 de novembro de 2014

Fatores de coerência na propaganda da marca 'Bombril'



Fatores de coerência na propaganda da marca 'Bombril'


            
                  A propaganda da marca Bom Bril divulgada na época das eleições presidenciais de 2010  ativa em seu receptor um modelo congnitivo, assim como o chama Ingedore G. V. Koch, do tipo frame, que trás todo um conhecimento de mundo armazenado sob um "rótulo" que chamaríamos de "eleições presidenciais 2010", onde, não pelos elementos linguísticos, mas pela imagem contida na propaganda, há presença de elementos que remetem a tal "rótulo". Esse conhecimento, porém, não estaria presente em qualquer receptor, já que é partilhado entre o produtor do texto e um número limitado de receptores (mais precisamente aos que estavam a par do contexto - abrangendo a situação sócio-política da época de divulgação da propaganda - das eleições presidenciais do Brasil de 2010, bem como dos candidatos participantes).
            No que se refere aos elementos linguísticos, encontramos intertextualidades de conteúdo implícitas, bem como intertextualidade de forma: a primeira em "1001% dos brasileiros preferem Bom Bril", uma vez que o número dado na porcentagem  remete ao lema da marca (Bom Bril tem 1001 utilidades) já divulgado em outras propagandas anteriores, a segunda é encontrada ao fazer repetição do estilo de um tipo de discurso específico: campanhas eleitorais que divulgam intenções de voto a um candidato (pesquisas apontam) e propagandas de candidados propriamente ditas (Para um Brasil mais limpinho, vote Bom Bril). O número da porcentagem também pode ser considerado uma informação não previsível/não esperada, já que o óbvio levaria ao número 100(%).
            Os elementos linguísticos e as imagens levam o receptor a inferir que há unanimidade na escolha da marca, independentemente de da preferência do 'brasileiro' (de cada cidadão) quanto ao candidato a presidência (seja eleitor de Dilma Rousseff, Plínio Sampaio, José Serra ou de Marina Silva), essa opinião é possivelmente aquela que o emissor tem intenção de partilhar.
            Ainda que remeta (por sua intertextualidade) a uma campanha eleitoral, a propaganda será reconhecida como propaganda, já que foca na divulgação da marca, e o receptor, com seu conhecimento de mundo, reconhece tal objetivo e é levado a uma leitura deste tipo de texto (propaganda). Logo, os enunciados são relevantes, pois mesmo fazendo alusão a campanhas eleitorais, falam de um mesmo tema: a marca Bom Bril.

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